Painel 13 - O Ai-to’os
<< Painel frontal - Próximo painel >> - Retornar para painéisO ai-to’os é a combinação simbólica de pedra e madeira. A forma mais conhecida de representar a madeira é um tronco de árvore do que sobressaem na parte superior as suas respectivas secções laterais, dando a aparência de figura antropomórfica com os braços estendidos para cima. A tarima de pedra, fatuk-bossok, é um altar tradicional. A comunhão de pedra e madeira (fatuk ho ai) enraíza as práticas humanas no mundo natural.
As funções que cumpre um ai-to’os são complexas. Uma destas funções tem a ver com a segurança, com a protecção do próprio à frente do alheio. As vezes o seu significado pode estar relacionado com a fertilidade, tanto humana como da terra; naqueles ai-to’os deste tipo relacionados com cerimónias de produção, costuma ser habitual pendurar-se no mesmo uma maçaroca de milho. Em algumas concepções míticas manifesta-se a idéia de que o ai-to’os é um símbolo de uma antiga corda que unia no passado a Terra e o Sol, permitindo a comunicação entre ambos. Noutras visões apresenta-se como o lugar em que os antepassados de uma casa estão representados e são fonte de suporte das gerações vivas da mesma casa.
A tarima de pedra onde se coloca com freqüência o ai-to’os recebe o nome específico de fatuk-bossok. Pode conter um ai-to’os, uma pedra considerada lulik, uma planta... O fatuk-bossok é sempre um lugar de adoração nas cerimónias tradicionais.
A importância do ai-to’os na cultura timorense reflecte-se nos usos sincréticos que recebe atualmente no contexto da Religião Católica. Por isso é frequente encontrar um ai-to’os na entrada de algumas igrejas (como por exemplo, a de Maubisse) ou perto das capelas da Cruz Jovem.
![]() Imagem 22. Ai-to’os na uma lulik Marobo. |
![]() Imagem 23. Fatu Bosok na uma lulik Fad Tuto. |